Prece Espirita - Allan Kardec - Anjos Guardioes e Espiritos Protetores

Você sabe quem foi Dr. Artur Lins de Vasconcelos Lopes?

Nascido a 27 de março de 1891 na cidade de Teixeira, Estado da Paraíba, e desencarnado em São Paulo,no dia 21 de março de 1952. Seu sepultamento ocorreu na cidade de Curitiba, capital do Estado do Paraná.



O Dr. Artur Lins de Vasconcelos Lopes foi expressiva figura do Espiritismo brasileiro.

Franco e combativo, jovial e sereno, sincero e leal, bom e caridoso, fazia dessas virtudes uma coisa rotineira em sua vida de relação, sem jamais ostentá-la no convívio com seus companheiros de ideal.

Foi presidente da "Coligação Nacional Pró- Estado Leigo", instituição republicana fundada em 17 de maio de 1931, a qual desenvolveu ingente trabalho em favor da separação entre a Igreja e o Estado, principalmente por ocasião dos trabalhos constituintes que culminaram com a promulgação da nova Constituição Brasileira, no ano de 1946, tendo enviado numerosas ações cívicas de grande profundidade nos anos subseqüentes.

O esforço de Lins de Vasconcelos em favor do congraçamento dos espíritas do Brasil foi dos mais salientes, contribuindo de forma decisiva para o advento do Pacto Áureo de unificação dos espíritas do Brasil, no dia 5 de outubro de 1949. A ele se deve apreciável parcela dos trabalhos encetados nos anos de 1947 a 1952, em favor de um maior entrelaçamento entre os espíritas em nosso país.

Do jornal "Mundo Espírita", que se edita em Curitiba, extraímos os seguintes dados biográficos desse grande vulto do Espiritismo brasileiro:

"A batalha travada por Lins de Vasconcelos foi ingente, árdua e heróica.

Nascido numa região áspera, princípio geográfico da caatinga, entre Paraíba e Pernambuco, era natural que Artur Lins trouxesse no Espírito a agressividade do berço agreste. Lutando, todavia, contra o meio, aprimorando qualidades, resistindo aos meios desonestos de ganho, foi abrindo um caminho limpo para a vida. Ainda na adolescência, Lins deixou a Paraíba para residir no Rio de Janeiro. Na antiga Capital Federal a demora foi curta.

Imaturo, com aquela ânsia de aventuras próprias da idade, e também ávido de conhecimento, Lins partiu para o sul do país, fixando- se em Curitiba. Constituiu família; formou- se em agronomia; fez concurso para cartorário. Sua vida seguiu firme. Tornou- se espírita, integrando- se totalmente na doutrina. Em 1926 houve grave incidente entre o governo do Estado e elementos liberais, por questões religiosas. É que o governo estadual, sem autorização da Assembléia, presenteara terrenos e dinheiro do patrimônio público ao clero. Pequeno número de cidadãos protestou contra o ato indébito do governo. Entre eles estava Lins de Vasconcelos. Este defendeu, de forma corajosa, perante o governo, que os princípios tutelares da democracia são inderrogáveis ainda ao arbítrio dos governadores. Aquela posição destemida de Lins na questão dos bispados acarretou- lhe demissão do cargo. Vencera o fanatismo religioso; sobrepunha- se a intolerância ao direito intangível de um democrata. E sobrava razão a Lins: o governo não podia dar ao clero, de mão beijada, terrenos e dinheiro do Estado.

Uma vez demitido, Lins não se deixou abater pela sanha intolerante. Colocou suas energias na indústria. Venceu. Tornou- se milionário. Mas o dinheiro que amealhava facilmente como ele próprio dizia -- era um depósito que lhe fazia Deus para o distribuir aos pobres, através do Espiritismo. Fez- se banqueiro dos desafortunados!

Era simples e sem vaidades. O que mais se admirava em Artur era o triunfo do seu Espírito sobre uma das mais terríveis provas a que uma criatura pode submeter- se: a riqueza! Rico, mais do que rico, opulento, Lins de Vasconcelos venceu galhardamente o fascínio do ouro, esmagou o poderio que a fortuna traz, afogou no nascedouro os gozos efêmeros que o dinheiro carreia. A moeda que lhe vinha dos negócios era destinada às creches, a orfanatos, a albergues, a sanatórios, a escolas, a revistas e a jornais doutrinários.

Há lindos lances, de puro Cristianismo, na vida de Artur Lins de Vasconcelos, mas relatá-los seria, por certo ferir a humildade do nosso querido irmão desencarnado. Basta chamar- lhe: Banqueiro dos Pobres! É um título magnificente que milhões e milhões de desencarnados gostariam de possuir. Arthur Lins de Vasconcelos obteve esse título em vida, abençoado por milhares de bocas!

Lins de Vasconcelos não se empolgou com seus sucessos mundanos. Fez, isso sim, da riqueza material, instrumento para a realização do Bem. Foi bom, vestindo os desnudos, dando de comer aos esfomeados, instrução e educação aos que dessa assistência precisavam.

Tendo desencarnado em S. Paulo, seu corpo foi para Curitiba--cidade que tanto amou -- e em cujo solo desejava que sua matéria repousasse no dia que o Pai o chamasse. Seu pedido foi satisfeito. Assim, no Jardim em frente ao Pavilhão Administrativo do Sanatório Bom Retiro, no bairro do Pilarzinho, em Curitiba, encimado por uma pedra simples, mas que revela bom gosto, na qual há uma placa de bronze com expressiva inscrição, foi inumado o corpo do querido companheiro de ideal espírita, aquele que tantas lutas sustentou ante a incompreensão dos homens, para que a Doutrina dos Espíritos demonstrasse ser capaz de transformar as criaturas desajustadas em seres com capacidade para amar o próximo, assim como Jesus nos amou.

A Federação Espírita do Paraná, que tantos benefícios recebeu de Lins de Vasconcelos, prestou- lhe ultimamente significativa homenagem, dando seu respeitável e inesquecível nome ao educandário que naquele bairro mantém, no momento, funcionando com o curso ginasial, o Instituto "Lins de Vasconcelos".

Mensagem do dia - 29/04/2011



SENTIMENTOS FRATERNOS

“Quanto, porém, à caridade fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros.” - Paulo
(1ª EPÍSTOLA AOS TESSALONICENSES, CAPÍTULO 4, VERSÍCULO 9.)
Forte contra-senso que desorganiza a contribuição humana, no divino edifício do Cristianismo, é o impulso sectário que atormenta enormes fileiras de seus seguidores.

Mais reflexão, mais ouvidos ao ensinamento de Jesus e essas batalhas injustificáveis estariam para sempre apagadas.

Ainda hoje, com as manifestações do plano espiritual na renovação do mundo, a cada momento surgem grupos e personalidades, solicitando fórmulas do Além para que se integrem no campo da fraternidade pura.

Que esperam, entretanto, os companheiros esclarecidos para serem efetivamente irmãos uns dos outros?

Muita gente se esquece de que a solidariedade legítima escasseia nos ambientes onde é reduzido o espírito de serviço e onde sobra a preocupação de criticar. Instituições notáveis são conduzidas à perturbação e ao extermínio, em vista da ausência do auxílio mútuo, no terreno da compreensão, do trabalho e da boa-vontade.

Falta de assistência? Não.

Toda obra honesta e generosa repercute nos planos mais altos, conquistando cooperadores abnegados.

Quando se verifique a invasão da desarmonia nos institutos do bem, que os agentes humanos acusem a si mesmos pela defecção nos compromissos assumidos ou pela indiferença ao ato de servir. E que ninguém peça ao Céu determinadas receitas de fraternidade, porque a fórmula sagrada e imutável permanece conosco no “amai-vos uns aos outros”.

Do livro PÃO NOSSO
FRANCISCO CANDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

Fonte: http://www.febnet.org.br/

Cuba é o 2º país em número de Centros Espíritas

A cidade de Bayamo, no extremo leste de Cuba, sediou o 6º. Congresso Espírita Centroamericano e do Caribe e o 27º Congresso Espírita Cubano, de 22 a 24 de abril, tendo como tema central “Pela Unidade e a Educação Mediúnica em Cuba”, em homenagem aos 150 anos de O Livro dos Médiuns. O evento foi organizado pelos Centros Espíritas de Bayamo, com apoio do Centro Espírita Amor y Caridad Universal (que representa Cuba junto ao CEI), de Havana, da Coordenadoria do Conselho Espírita Internacional para a Centro América e Caribe, e do Departamento para Assuntos Religiosos do Comitê Central do Partido Comunista Cubano.

Foi realizado no Teatro de Bayamo, com sua capacidade máxima, que limitou a presença a 675 participantes, mas, outros 300 acompanharam algumas atividades nas montanhas vizinhas de Sierra Maestra. A sra. Heloísa Valdez, do Departamento governamental citado, acompanhou todo o evento, como também representantes governamentais da cidade. O Conselho Espírita Internacional foi representado pelo seu diretor Antonio Cesar Perri de Carvalho e por Edwin Bravo (Guatemala), da Coordenadoria do CEI para a Centroamerica e Caribe, que se reuniram com a sra. Valdez e também proferiram palestras. O visitante Perri homenageou Chico Xavier, abordando o tema sobre o ”Impacto da Obra de Chico Xavier”.

Atuaram como expositores: Ciro Labrada Estrada, Lázaro Fumero, Ludin B.Fonseca García, Rev. Juan Ramón de La Paz Cerezo, Silvia Yraola Herrero, Juan Crespo Mulen, Carmem Agramonte, Servando Agramonte, todos de Cuba; Clóvis Portes (Brasil), Manuel De La Cruz (EUA), Patrícia Rodriguez (México) e Maria de La Gracia de Ender (Panamá). Previamente ao evento o representante do CEI manteve reunião com dirigentes do Congresso e da cidade de Bayamo, nas dependências da Sociedad Espírita Más Luz, que completou 100 anos e é a instituição espírita em contínuo funcionamento mais antiga de Cuba.

Também esteve em visita ao busto de Allan Kardec em praça pública, em Havana. É o único busto de Kardec em local público em países hispânicos. Foi confirmado que em Cuba há 535 Sociedades Espíritas registradas junto ao Governo e algumas outras em processo de credenciamento. Assim, Cuba é o 2º país do mundo em quantidade de Centros Espíritas.

Via FEB

Chico Xavier: Confie sempre!

Você sabe quem foi Auta de Souza?

Nasceu em Macaíba, então Arraial, depois cidade do Rio Grande do Norte a 12 de setembro de 1876, era magrinha, calada, de pele clara, um moreno doce à vista como veludo ao tato.

Era filha de ELOI CASTRICIANO DE SOUZA, desencarnado aos 38 anos de idade e de Dona HENRIQUETA RODRIGUES DE SOUZA, desencarnada aos 27 anos, ambos tuberculosos. Antes dela ter completado 3 anos ficou órfã de mãe e aos 4 anos de pai. A sua existência, na terra foi assinalada por sofrimentos acerbos. Muito cedo conheceu a orfandade e ainda menina, aos dez anos, assistiu a morte de seu querido irmão IRINEU LEÃO RODRIGUES DE SOUZA, vitimado pelo fogo produzido pela explosão de um lampião de querosene, na noite de 16 de fevereiro de 1887.

Auta de Souza e seus quatro irmãos foram criados em Recife no velho sobrado do Arraial, na grande chácara, pela avó materna Dona SILVINA MARIA DA CONCEIÇÃO DE PAULA RODRIGUES, vulgarmente chamada Dindinha e seu esposo FRANCISCO DE PAULA RODRIGUES, que desencarnou quando Auta tinha 6 anos.

Antes dos 12 anos, foi matriculada no Colégio São Vicente de Paulo, no bairro da Estância, onde recebeu carinhosa acolhida por parte das religiosas francesas que o dirigiam e lhe ofereceram primorosa educação: Literatura, Inglês, Música, Desenho e aprendeu a dominar também o Francês, o que lhe permitiu ler no original: Lamartine, Victor Hugo, chateubriand, Fénelon.

De 1888 a 1890, a jovem Auta estuda, recita, verseja, ajuda as irmãs do Colégio, aprimora a beleza de sua fé, na leitura constante do Evangelho.

Aos 14 anos, ainda no Educandário Estância, em 1890, manifestaram-se os primeiros sintomas da enfermidade que lhe roubou, em plena juventude, o viço e foi a causa de sua morte, ocorrida na madrugada de 7 de fevereiro de 1901 - Quinta-feira à uma hora e quinze minutos, na cidade de Natal, exatamente com 24 anos, 4 meses e 26 dias de idade. Os médicos nada puderam fazer e Dindinha retornou com todos para a terra Norte-Rio Grandense. Ei-los todos em Macaíba. Foi sepultada no cemitério do Alecrim e em 1906, seus restos mortais foram transladados para o jazigo da família, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Macaíba, sua terra natal.

O forte sentimento religioso e mesmo a doença não impediram de ter uma vida absolutamente normal em sociedade.

Era católica, mas não submissa ao clero. Ela não se macerou, não sarjou de cilícios a pele, não jejuou e jamais se enclastou. Era comunicativa, alegre, social. A religiosidade dela era profunda, sincera, medular, mas não ascética, mortificante, mística. Seu amor por Jesus Cristo, ao Anjo da Guarda, não a distanciaram de todos os sonhos das donzelas: Amor, lar, missão maternal. Com 16 anos, ao revelar o seu invulgar talento poético, enamorou-se do jovem Promotor Público de Macaíba, João Leopoldo da Silva Loureiro, com a duração apenas de um ano e poucos meses. Dotada de aguda sensibilidade e imaginação ardente dedicava ao namorado amor profundo, mas a tuberculose progredia e seus irmãos convenceram-na a renunciar. A separação foi cruel, mas apenas para Auta. O Promotor não demonstrou a menor reação.... É verdade que gostava de ouvi-la nas festas caseiras a declamar com sua belíssima voz envolvente, aveludada e com ela dançar quadrilhas, polcas e valsas, mas não era o homem indicado para amar uma alma tão delicada e sonhadora como Auta de Souza. Faltava-lhe o refinamento espiritual para perceber o sentimento que extravasava através dos olhos meigos da grande Poetisa.

Essa sucessão de golpes dolorosos, marcou profundamente sua alma de mulher, caracterizada por uma pureza cristalina, uma fé ardente e um profundo sentimento de compaixão pelos humildes, cuja miséria tanto a comovia. Era vista lendo para as crianças pobres, para humildes mulheres do povo ou velhos escravos, as páginas simples e ingênuas da "História de Carlos Mágno", brochura que corria os sertões, escrita ao gosto popular da época.

A orfandade da Poetisa ainda criança, o desencarne trágico de seu irmão, a moléstia contagiosa e a frustração no amor, esses quatro fatores amalgamados à forte religiosidade de Auta, levaram-na a compor uma obra poética singular na História da Literatura Brasileira "Horto", seu único livro, é um cântico de dor, mas, também, de fé cristã. A primeira edição do Horto saiu do prelo em 20 de Junho de 1900.

O sofrimento veio burilar a sua inata sensibilidade, que transbordou em versos comovidos e ternos, ora ardentes, ora tristes, lavrados à sombra da enfermidade, no cenário desolador do sertão de sua terra.

Em 14 de novembro de 1936, houve a instalação da Academia Norte-Rio Grandense de Letras, com a poltrona XX, dedicada a Auta de Souza.

Livre do corpo, totalmente desgastado pela enfermidade, Auta de Souza, irradiando luz própria, lúcida e gloriosa alçou vôo em direção à Espiritualidade Maior. Mas a compaixão que sempre sentira pêlos sofredores fez com que a poetisa em companhia de outros Espíritos caridosos, visitasse, constantemente a crosta da terra. Foi através de Chico Xavier, que ela, pela primeira vez revelou sua identidade, transmitindo suas poesias enfeixadas em 1932, na primeira edição do "PARNASO DE ALÉM TÚMULO", lançado pela Federação Espírita Brasileira.

Em sua existência física, Auta de Souza foi a AVE CATIVA que cantou seu anseio de liberdade; o coração resignado que buscou no Cristo o consolo das bem-aventuranças prometidas aos aflitos da terra. Além do túmulo, é o pássaro liberto e feliz que, tornado ao ninho dos antigos infortúnios, vem trazer aos homens a mensagem de bondade e esperança, o apelo à FÉ e a CARIDADE, indicando o rumo certo para a conquista da verdadeira vida.

A Campanha de Fraternidade Auta de Souza, idealizada pelo companheiro Nympho de Paula Corrêa e aprovada em 3 de fevereiro de 1953, pelo Departamento de Assistência Social da Federação Espírita do Estado de São Paulo, então dirigido pelo saudoso confrade José Gonçalves Pereira, é uma bela homenagem à nossa querida Poetisa, AUTA DE SOUZA.

Mensagem do dia - 27/04/2011



UNIÃO FRATERNAL
"Procurando guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz." - Paulo
(EFÉSIOS, 4:3)
À frente de teus olhos, mil caminhos se descerram, cada vez que te lembras de fixar a vanguarda distante.

São milhões de sendas que marginam a tua.
Não olvides a estrada que te é própria e avança, destemeroso.
Estimarias, talvez, que todas as rotas se subordinassem à tua e reportas-te à união, como se os demais viajores da vida devessem gravitar ao redor de teus passos.:.
Une-te aos outros, sem exigir que os outros se unam a ti.
Procura o que seja útil e belo, santo e sublime e segue adiante...
A nascente busca o regato, o regato procura o rio e o rio liga-se ao mar.
Não nos esqueçamos de que a unidade espiritual é serviço básico da paz.
Observas o irmão que se devota às crianças?
Reparas o companheiro que se dispôs a ajudar aos doentes?
Identificas o cuidado daquele que se fez o amigo dos velhos e dos jovens?

Assinalas o esforço de quem se consagrou ao aprimoramento do solo ou à educação dos animais?
Aprecias o serviço daquele que se converteu em doutrinador na extensão do bem?
Honra a cada um deles, com o teu gesto de compreensão e serenidade, convencido de que só pelas raízes do entendimento pode sustentar-se a árvore da união fraterna, que todos ambicionamos robusta e farta.

Não admitas que os outros estejam enxergando a vida através de teus olhos.
A evolução é escada infinita. Cada qual abrange a paisagem de acordo com o degrau em que se coloca.

Aproxima-te de cada servidor do bem, oferecendo-lhe o melhor que puderes, e ele te responderá com a sua melhor parte.
A guerra é sempre o fruto venenoso da violência.
A contenda estéril é resultado da imposição.
A união fraternal é o sonho sublime da alma humana, entretanto, não se realizará sem que nos respeitemos uns aos outros, cultivando a harmonia, à face do ambiente que fomos chamados a servir.

Somente alcançaremos semelhante realização "procurando guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz".

Do livro FONTE VIVA
FRANCISCO CANDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

Fonte: http://www.febnet.org.br/

Espiritismo no Brasil

Você sabe quem foi Prof. Américo Montagnini?

Nascido na cidade de São João da Boa Vista, Estado de S. Paulo, no dia 1.o. de maio de 1897, e desencarnado em S. Paulo, no dia 29 de novembro de 1966.


Na história do Espiritismo paulista um lugar de destaque é reservado ao Prof. Américo Montagnini, quer seja pela sua atuação incessante, quer pelo seu grande esforço em favor do engrandecimento da causa comum que esposamos.

Montagnini foi presidente da tradicional Associação Espírita São Pedro e São Paulo, uma instituição que prestou inestimáveis serviços ao Espiritismo, numa época quando ele era mal compreendido e olhado por muitos com reservas. Essa associação teve a sua sede na rua Barão de Paranapiacaba no. 7, na capital do Estado de S. Paulo, tendo passado por ela grandes vultos espíritas, dentre eles os Drs. Augusto Militão Pacheco e Pedro Lameira de Andrade.

Pertencendo ao quadro diretivo dessa famosa entidade espírita, o Prof. Montagnini foi um dos elementos que mais propugnaram para que tanto a Associação Espírita S. Pedro e S. Paulo como a Sociedade Metapsíquica de S. Paulo se extinguissem, fundindo- se numa nova instituição: a Federação Espírita do Estado de S. Paulo, com um programa muito mais vasto e arrojado.

Desta forma, no dia 12 de julho de 1936, com a fundação da Federação, Montagnini passou a lhe dar todo o concurso possível. Com a renúncia, em 10 de dezembro de 1939, do então presidente da instituição, Dr. João Batista Pereira, Américo Montagnini assumiu a sua presidência, cargo que exerceu com raro descortino até a data da sua desencarnação.

O trabalho do Prof. Montagnini no campo da divulgação do Espiritismo foi dos mais salientes, entretanto, ele trabalhava em silêncio, sem alardes. Médium de apreciáveis recursos foi companheiro do Dr. Augusto Militão Pacheco nas tarefas de esclarecimento daqueles que necessitavam tomar conhecimento dos consoladores ensinamentos dessa Doutrina. Desta forma, além de propiciar novas luzes àqueles que dela necessitavam ele procurava minorar os sofrimentos daqueles que buscavam lenitivo para o corpo alquebrantado.

Homem dotado de notável senso de responsabilidade, comedido em suas atitudes, leal, de invejável integridade moral, o Prof. Montagnini tornou- se de direito e de fato um dos baluartes no campo da divulgação do Espiritismo no Estado de São Paulo.

Mensagem do dia - 25/04/2011



FRATERNIDADE
"Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros." - Jesus
((João, 13:35)
Desde a vitória de Constantino, que descerrou ao mundo cristão as portas da hegemonia política, temos ensaiado diversas experiências para demonstrar na Terra a nossa condição de discípulos de Jesus.

Organizamos concílios célebres, formulando atrevidas conclusões acerca da natureza de Deus e da Alma, do Universo e da Vida.

Incentivamos guerras arrasadoras que implantaram a miséria e o terror naqueles que não podiam crer pelo diapasão da nossa fé.

Disputamos o sepulcro do Divino Mestre, brandindo a espada mortífera e ateando o fogo devorador.

Criamos comendas e cargos religiosos, distribuindo o veneno e anejando o punhal.

Acendemos fogueiras e erigimos cadafalsos, inventamos suplícios e construímos prisões para quantos discordassem dos nossos pontos de vista.

Estimulamos insurreições que operaram o embate de irmãos contra irmãos, em nome do Senhor que testemunhou na cruz o devotamento à Humanidade inteira.

Edificamos palácios e basílicas, famosos pela suntuosidade e beleza, pretendendo reverenciar-lhe a memória, esquecidos de que ele, em verdade, não possuía uma pedra onde repousar a cabeça.

E, ainda hoje, alimentamos a separação e a discórdia, erguendo trincheiras de incompreensão e animosidade, uns contra os outros, nos variados setores da interpretação.

Entretanto, a palavra do Cristo é insofismável.

Não nos faremos titulares da Boa Nova simplesmente através das atitudes exteriores.

Precisamos, sim, da cultura que aprimora a inteligência, da justiça que sustenta a ordem, do progresso material que enriquece o trabalho e de assembléias que favoreçam o estudo; no entanto, toda a movimentação humana, sem a luz do amor, pode perder-se nas sombras.

Seremos admitidos ao aprendizado do Evangelho, cultivando o Reino de Deus que começa na vida íntima.

Estendamos, assim, a fraternidade pura e simples, amparando-nos mutuamente... Fraternidade que trabalha e ajuda, compreende e perdoa, entre a humildade e o serviço que asseguram a vitória do bem. Atendamo-la, onde estivermos, recordando a palavra do Senhor que afirmou com clareza e segurança: - "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros."

Do livro FONTE VIVA
FRANCISCO CANDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

Fonte: http://www.febnet.org.br/

Programa Encontro com Divaldo - A Mediunidade



Você sabe quem foi Antonio Luiz Sayão?

Nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 12 de abril de 1829 e retornou à Espiritualidade no dia 31 de março de 1903, próximo a completar 74 anos de idade.


Pioneiríssimo trabalhador do Espiritismo no Rio de Janeiro, quiçá do Brasil, foi um dos fundadores do Grupo dos Humildes, depois Grupo Ismael da Federação Espírita Brasileira, do qual foi diretor. Sayão tornou-se espírita no ano de 1878 e como autêntico trabalhador e colaborador de Jesus e Ismael, começou de imediato nas atividades, destacando-se entre os grandes pioneiros do Espiritismo.

Foi o Grupo Ismael, verdadeira fortaleza moral, que levantou o ânimo dos trabalhadores da FEB e conseguiu fazê-la a Casa Máter do Espiritismo no Brasil, arregimentando homens da envergadura moral de Bittencourt Sampaio, Bezerra de Menezes, Ewerton Quadros, Dias da Cruz e tantos outros baluartes da Boa Nova.

A vida de Sayão foi um exemplo de amor e trabalho. Escritor, Jornalista, Pregador, dedicado à assistência aos necessitados e itimorato propagador da Doutrina. Nesse ano se comemora o seu 150º aniversário de nascimento na Terra.

Mensagem do dia - 20/04/2011



ERGUER E AJUDAR
"E ele, dando-lhe a mão, a levantou..."
(MATOS, 9:41)
Muito significativa a lição dos Atos, quando Pedro restaura a irmã Dorcas para a vida.

Não se contenta o apóstolo em pronunciar palavras lindas aos seus ouvidos, renovando-lhe as forças gerais.

Dá-lhe as mãos para que se levante.
O ensinamento é dos mais simbólicos.
Observamos muitos companheiros a se reerguerem para o conhecimento, para a alegria e para a virtude, banhados pela divina claridade do Mestre, e que podem levantar milhares de criaturas para a Esfera Superior.

Para isso, porém, não bastará a predicação pura e simples. o sermão é, realmente, um apelo sublime, do qual não prescindiu o próprio Cristo, mas não podemos esquecer que o Celeste Amigo, se doutrinou no monte, igualmente no monte multiplicou os pães para o povo esfaimado, restabelecendo-lhe o ânimo.

Nós, os que nos achávamos mortos na ignorância, e que hoje, por acréscimo da Misericórdia Infinita, já podemos desfrutar algumas bênçãos de luz, precisamos estender o serviço de socorro aos demais.

Não nos desincumbiremos, porém, da. Tarefa salvacionista, simplesmente pronunciando alguns discursos admiráveis.

É imprescindível usar nossas mãos nas obras do bem.

Esforço dos braços significa atividade pessoal.

Sem o empenho de nossas energias, na construção do Reino Espiritual com o Cristo, na Terra, debalde alinharemos observações excelentes em torno das preciosidades da Boa Nova ou das necessidades da redenção humana.

Encontrando o nosso irmão, caído na estrada, façamos o possível por despertá-lo com os recursos do verbo transformador, mas não olvidemos que, para trazê-lo de novo à vida construtiva, será indispensável, segundo a inesquecível lição de Pedro, estender-lhe fraternalmente as nossas mãos.

Do livro FONTE VIVA
FRANCISCO CANDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

Fonte: http://www.febnet.org.br/

TV CEI Encontro com Divaldo



Você sabe quem foi Anália Franco?

Nascida na cidade de Resende, Estado do Rio de Janeiro, no dia 1o. de fevereiro de 1856, e desencarnada em S. Paulo, no dia 13 de janeiro de 1919.


Seu nome de solteira era Anália Emília Franco. Após consorciar- se em matrimônio com Francisco Antônio Bastos, seu nome passou a ser Anália Franco Bastos, entretanto, é mais conhecida por Anália Franco.

Com 16 anos de idade entrou num Concurso de Câmara dessa cidade e logrou aprovação para exercer o cargo de professora primária. Trabalhou como assistente de sua própria mãe durante algum tempo. Anteriormente a 1875 diplomou- se Normalista, em S. Paulo.

Foi após a Lei do Ventre Livre que sua verdadeira vocação se exteriorizou: a vocação literária. Já era por esse tempo notável como literata, jornalista e poetisa, entretanto, chegou ao seu conhecimento que os nascituros de escravas estavam previamente destinados à "Roda" da Santa Casa de Misericórdia. Já perambulavam, mendicantes, pelas estradas e pelas ruas, os negrinhos expulsos das fazendas por impróprios para o trabalho.

Não eram, como até então "negociáveis", com seus pais e os adquirentes de cativos davam preferência às escravas que não tinham filhos no ventre. Anália escreveu, apelando para as mulheres fazendeiras. Trocou seu cargo na Capital de São Paulo por outro no Interior, a fim de socorrer as criancinhas necessitadas. Num bairro duma cidade do norte do Estado de S. Paulo conseguiu uma casa para instalar uma escola primária. Uma fazendeira rica lhe cedeu a casa escolar com uma condição, que foi frontalmente repelida por Anália: não deveria haver promiscuidade de crianças brancas e negras. Diante dessa condição humilhante foi recusada a gratuidade do uso da casa, passando a pagar um aluguel.

A fazendeira guardou ressentimento à altivez da professora, porém, naquele local Anália inaugurou a sua primeira e original "Casa Maternal". Começou a receber todas as crianças que lhe batiam à porta, levadas por parentes ou apanhadas nas moitas e desvios dos caminhos. A fazendeira, abusando do prestígio político do marido, vendo que a sua casa, embora alugada, se transformara num albergue de negrinhos, resolveu acabar com aquele "escândalo" em sua fazenda. Promoveu diligências junto ao coronel e este conseguiu facilmente a remoção da professora. Anália foi para a cidade e alugou uma casa velha, pagando de seu bolso o aluguel correspondente à metade do seu ordenado.

Como o restante era insuficiente para a alimentação das crianças, não trepidou em ir, pessoalmente, pedir esmolas para a meninada. Partiu de manhã, à pé, levando consigo o grupinho escuro que ela chamava, em seus escritos, de "meus alunos sem mães". Numa folha local anunciou que, ao lado da escola pública, havia um pequeno "abrigo" para as crianças desamparadas. A fama, nem sempre favorável da novel professora, encheu a cidade. A curiosidade popular tomou- se de espanto, num domingo de festa religiosa.

Ela apareceu nas ruas com seus "alunos sem mães", em bando precatório. Moça e magra, modesta e altiva, aquela impressionante figura de mulher, que mendigava para filhos de escravas, tornou- se o escândalo do dia. Era uma mulher perigosa, na opinião de muitos. Seu afastamento da cidade principiou a ser objeto de consideração em rodas políticas, nas farmácias. Mas rugiu a seu favor um grupo de abolicionistas e republicanos, contra o grande grupo de católicos, escravocratas e monarquistas.

Com o decorrer do tempo, deixando algumas escolas maternais no Interior, veio para S. Paulo. Aqui entrou brilhantemente para o grupo abolicionista e republicano. Sua missão, porém, não era política. Sua preocupação maior era com as crianças desamparadas, o que a levou a fundar uma revista própria, intitulada "Álbum das Meninas", cujo primeiro número veio a lume a 30 de abril de 1898. O artigo de fundo tinha o título "Às mães e educadoras".

Seu prestígio no seio do professorado já era grande quando surgiram a abolição da escravatura e a República. O advento dessa nova era encontrou Anália com dois grandes colégios gratuitos para meninas e meninos. E logo que as leis o permitiram, ela, secundada por vinte senhoras amigas, fundou o instituto educacional que se denominou "Associação Feminina Beneficente e Instrutiva", no dia 17 de novembro de 1901, com sede no Largo do Arouche, em S. Paulo.

Em seguida criou várias "Escolas Maternais" e "Escolas Elementares", instalando, com inauguração solene a 25 de janeiro de 1902, o "Liceu Feminino", que tinha por finalidade instruir e preparar professoras para a direção daquelas escolas, com o curso de dois anos para as professoras de "Escolas Maternais" e de três anos para as "Escolas Elementares".

Anália Franco publicou numerosos folhetos e opúsculos referentes aos cursos ministrados em suas escolas, tratados especiais sobre a infância, nos quais as professoras encontraram meios de desenvolver as faculdades afetivas e morais das crianças, instruindo- as ao mesmo tempo. O seu opúsculo "O Novo Manual Educativo", era dividido em três partes: Infância, Adolescência e Juventude.

Em 1o. de dezembro de 1903, passou a publicar "A Voz Maternal", revista mensal com a apreciável tiragem de 6.000 exemplares, impressos em oficinas próprias.

A Associação Feminina mantinha um Bazar na rua do Rosário n.o. 18, em S. Paulo, para a venda dos artefatos das suas oficinas, e uma sucursal desse estabelecimento na Ladeira do Piques n.o. 23.

Anália Franco mantinha Escolas Reunidas na Capital e Escolas Isoladas no Interior, Escolas Maternais, Creches na Capital e no Interior do Estado, Bibliotecas anexas às escolas, Escolas Profissionais, Arte Tipográfica, Curso de Escrituração Mercantil, Prática de Enfermagem e Arte Dentária, Línguas (francês, italiano, inglês e alemão); Música, Desenho, Pintura, Pedagogia, Costura, Bordados, Flores artificiais e Chapéus, num total de 37 instituições.

Era romancista, escritora, teatróloga e poetisa. Escreveu uma infinidade de livretos para a educação das crianças e para as Escolas, os quais são dignos de serem adotados nas Escolas públicas.

Era espírita fervorosa, revelando sempre inusitado interesse pelas coisas atinentes à Doutrina Espírita.

Produziu a sua vasta cultura três ótimos romances: "A Égide Materna", "A Filha do Artista", e "A Filha Adotiva". Foi autora de numerosas peças teatrais, de diálogos e de várias estrofes, destacando- se "Hino a Deus", "Hino a Ana Nery", "Minha Terra", "Hino a Jesus" e outros.

Em 1911 conseguiu, sem qualquer recurso financeiro, adquirir a "Chácara Paraíso". Eram 75 alqueires de terra, parte em matas e capoeiras e o restante ocupado com benfeitorias diversas, entre as quais um velho solar, ocupado durante longos anos por uma das mais notáveis figuras da História do Brasil: Diogo Antônio Feijó.

Nessa chácara fundou Anália Franco a "Colônia Regeneradora D. Romualdo", aproveitando o casarão, a estrebaria e a antiga senzala, internando ali sob direção feminina, os garotos mais aptos para a Lavoura, a horticultura e outras atividades agropastoris, recolhendo ainda moças desviadas, conseguindo assim regenerar centenas de mulheres.

A vasta sementeira de Anália Franco consistiu em 71 Escolas, 2 albergues, 1 colônia regeneradora para mulheres, 23 asilos para crianças órfãs, 1 Banda Musical Feminina, 1 orquestra, 1 Grupo Dramático, além de oficinas para manufatura de chapéus, flores artificiais, etc., em 24 cidades do Interior e da Capital.

Sua desencarnação ocorreu precisamente quando havia tomado a deliberação de ir ao Rio de Janeiro fundar mais uma instituição, idéia essa concretizada posteriormente pelo seu esposo, que ali fundou o "Asilo Anália Franco".

A obra de Anália Franco foi, incontestavelmente, uma das mais salientes e meritórias da História do Espiritismo.

Mensagem do dia - 19/04/2011



HOMENS DE FÉ

“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.” - Jesus
(MATEUS, CAPÍTULO 7, VERSÍCULO 24.)
Os grandes pregadores do Evangelho sempre foram interpretados à conta de expressões máximas do Cristianismo, na galeria dos tipos veneráveis da fé; entretanto, isso somente aconteceu, quando os instrumentos da verdade, efetivamente, não olvidaram a vigilância indispensável ao justo testemunho.

É interessante verificar que o Mestre destaca, entre todos os discípulos, aquele que lhe ouve os ensinamentos e os pratica. Daí se conclui que os homens de fé não são aqueles apenas palavrosos e entusiastas, mas os que são portadores igualmente da atenção e da boa-vontade, perante as lições de Jesus, examinando-lhes o conteúdo espiritual para o trabalho de aplicação no esforço diário.

Reconforta-nos assinalar que todas as criaturas em serviço no campo evangélico seguirão para as maravilhas interiores da fé. Todavia, cabe-nos salientar, em todos os tempos, o subido valor dos homens moderados que, registrando os ensinos e avisos da Boa Nova, cuidam, desvelados, da solução de todos os problemas do dia ou da ocasião, sem permitir que suas edificações individuais se processem, longe das bases cristãs imprescindíveis.

Em todos os serviços, o concurso da palavra é sagrado e indispensável, mas aprendiz algum deverá esquecer o sublime valor do silêncio, a seu tempo, na obra superior do aperfeiçoamento de si mesmo, a fim de que a ponderação se faça ouvida, dentro da própria alma, norteando-lhe os destinos.

Do livro PÃO NOSSO
FRANCISCO CANDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

Fonte: http://www.febnet.org.br/

O Livro dos Espíritos comemora 154 anos!

O Livro dos Espíritos (Le Livre des Esprits) é o primeiro livro sobre a doutrina espírita publicado pelo educador francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, em 18 de abril de 1857, sob o pseudônimo Allan Kardec. É uma obra básica do espiritismo, e foi lançado por Kardec após seus estudos sobre os fenômenos que, segundo muitos pesquisadores da época, possuíam origem mediúnica, e estavam difundidos por toda a Europa durante o século XIX.


Apresenta-se na forma de perguntas e respostas, totalizando 1.018 tópicos. Foi o primeiro de uma série de cinco livros editados pelo pedagogo sobre o mesmo tema.

As médiuns que serviram a esse trabalho foram inicialmente Caroline e Julie Boudin (respectivamente, 16 e 14 anos à época), às quais mais tarde se juntou Celine Japhet (18 anos à época) no processo de revisão do livro. Após o primeiro esboço, o método das perguntas e respostas foi submetido a comparação com as comunicações obtidas por outros médiuns franceses, totalizando em "mais de dez", nas palavras de Kardec, o número de médiuns cujos textos psicografados contribuíram para a estruturação de O Livro dos Espíritos, publicado em 18 de Abril de 1857, no Palais Royal, na capital francesa, contendo 501 itens. Só a partir da segunda edição, lançada em 16 de março de 1860, com ampla revisão de Kardec mediante o contato com grupos espíritas de cerca de 15 países da Europa e das Américas, aparecem as atuais 1018 perguntas e respostas.

A obra se divide em quatro "livros", como comumente se dividiam as obras filosóficas à época, que tratam respectivamente:

Das causas primárias - abordando as noção de divindade, Criação e elementos fundamentais do Universo.

Do mundo dos Espíritos - analisando a noção de Espírito e toda a série de imperativos que se ligam a esse conceito, a finalidade de sua existência, seu potencial de auto-aperfeiçoamento, sua pré e sua pós-existência e ainda as relações que estabelece com a matéria.

Das leis morais - trabalhando com o conceito de Leis de ordem Moral a que estaria submetida toda a Criação, quais sejam as leis de: adoração, trabalho, reprodução, conservação, destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade e justiça, amor e caridade.

Das esperanças e consolações - concluindo com ponderações acerca do futuro do homem, seu estado após a morte, as alegrias e obstáculos que encontra no além-túmulo.

Mundo Além





Você sabe quem foi Adélia Rueff?

Nascida em Pinhal, Estado de São Paulo, no dia 5 de Junho de 1868 e desencarnada na mesma cidade, no dia 2 de Fevereiro de 1953, com 84 anos de idade.


Desde o seu surgimento na Terra, no ano de 1857, o Espiritismo enfrentou tenaz resistência por parte da religião majoritária do Brasil. Entretanto, na década de 1930, essa pressão acentuou- se de maneira inusitada, fazendo- se sentir em toda a sua intensidade.

Na cidade de Pinhal, o clima não era diferente. Entretanto, como Deus situa em cada cidade um Espírito que desenvolve tarefas pioneiras e santificantes, aquele núcleo populacional do Estado de São Paulo, não poderia constituir exceção, por isso ali reencarnou o Espírito missionário de Adélia Rueff, mais conhecida por "tia Adélia", que teve a oportunidade ímpar de desenvolver santificante trabalho em favor do esclarecimento dos seus semelhantes, alicerçada na recomendação de Jesus do "Amai- vos uns aos outros".

A fim de propiciar aos nossos leitores uma apagada súmula biográfica dessa grande vida, passamos a transcrever um substancioso trabalho elaborado pelo confrade João Batista Laurito, atual presidente da Federação Espírita do Estado de São Paulo, que teve a oportunidade feliz de com ela conviver, locupletando- se com os frutos sazonados que ela tão bem sabia doar aos que usufruíram de sua benfazeja orientação espiritual.

"Foi exatamente em 1936 que tive os meus olhos abertos para as claridades fulgurantes da Doutrina Consoladora. Embora nascido em berço espírita, foi somente nesse ano que, indo residir em Pinhal, a fim de estudar na "Escola Agrícola", conheci o "Centro Espírita Estrela da Caridade", brilhante fanel de luzes na Região Mojiana, centro de irradiação de caridade e amor a todos os que tinham a oportunidade de freqüentá-lo.

Essa Casa foi fundada em 11 de janeiro de 1911 e, desde o dia de sua fundação até 1950, ininterruptamente, foi essa célula de fraternidade, sábia e amorosamente presidida por sua fundadora ADÉLIA RUEFF (Tia Adélia), assim chamada, porque solteira, abrigou em seu lar enorme contingente de sobrinhos de outras cidades, que na idade própria buscavam Pinhal, para aculturamento escolar, fato que durou muitos anos. E esses sobrinhos eram tantos, que generalizaram entre outras pessoas, a alcunha "Tia Adélia".

O Dr. Francisco Silviano de Almeida Brandão, por ocasião de sua colação de grau como médico, houvera feito uma promessa no final do século XIX que se tudo transcorresse bem por ocasião de sua formatura, abriria um Centro Espírita, pois já nessa época professava a crença reencarnacionista. Mas como as coisas na ocasião eram, além de difíceis, o espírito popular muito antagônico, foi postergando a idéia até desencarnar. No mundo espiritual, viu a necessidade do cumprimento da promessa, e surgindo a primeira oportunidade, comunicou- se com Tia Adélia, pedindo- lhe que cumprisse por ele a promessa. Assim nasceu o "Centro Espírita Estrela da Caridade".

Durante cinco anos, moramos com ela. E às terças e sábados, às 19:30 horas, lá estávamos no "Estrela da Caridade", e a sua voz, firme, inflexível, embora mansa e doce, ainda ecoa em nossos ouvidos, quando iniciava a sessão declamando: "Deus nosso Pai, que sois todo poder e bondade... e ao encerrar: Sublime estrela, farol das imortais falanges...

Nasceu no dia 5 de junho de 1868, ali mesmo em Pinhal, predestinada a somente servir, não casou. Durante toda a sua fértil existência, amou e deu tanto de si aos outros, que formou em seu derredor uma auréola de inenarrável admiração. Médium de exuberantes proporções bastava a imposição de suas compassivas mãos, para aliviar instantaneamente as pessoas, que a procuravam com tanta avidez, sem lhe permitir sossego ou descanso.

Certa feita ela viajou. E nós, que aos domingos aproveitávamos para dormir até bem mais tarde, sem nenhuma alegria ou boa vontade, atendemos 17 pessoas que a procuraram para tomar passes, das 8 às 12 horas. Uma ocasião, um confrade de Jacutinga -- Minas Gerais --, viajou, a pé, 26 quilômetros para presenteá-la com um saquinho de feijão verde, numa atitude de comovedora gratidão.

A mesa diretora dos trabalhos era formada. Na cabeceira principal sentava Tia Adélia, sob uma iluminada Estrela de 1âmpadas coloridas, símbolo do Centro. Na outra cabeceira, o Vice-Presidente, Zé Café. As laterais para os médiuns, Dona Ordalha, Tereza, Idalina, Dona Eugênia, e a extraordinária Dona Adélia Neto, que quando recebia o Guia Espiritual do Centro "Irmão Silviano", se colocava de pé, abria os olhos, e de uma criatura tímida e simples, embora bela, se transformava num tribuno imponente e erudito. Pudera, médium inconsciente dando passividade ao Espírito Dr. Francisco Silviano de Almeida Brandão, médico, Presidente do Estado de Minas Gerais. Na porta de entrada, controlando com vigilância e severidade a admissão dos freqüentadores, a Mariana e a Rosa Domiciano, zeladoras do grupo.

Viajando em charretes, excepcionalmente em automóveis e quase sempre a pé, lá ia Tia Adélia, à periferia Pinhalense e aos sítios vizinhos, cumprindo a predestinação de sua encarnação como lídima missionária do Cristo: atendendo aos aflitos, curando os obsediados, levantando os caídos, vestindo as viúvas, alimentando as crianças e amparando os velhos.

Que criatura extraordinária! Doce, mansa, boa. Jamais a vimos encolerizada, jamais a vimos levantar a voz. À medida que envelhecia, fruto de dois acidentes graves, se curvava, se encarquilhava, tornando- se menor. Fatos que nunca a fizeram perder a paciência. Olhos vivos, argutos, mente clara, pensamento limpo, conselheira oficial de quase toda a população pinhalense. Fato que lhe proporcionou tributo de grande admiração, respeito e afeição por seus contemporâneos.

Descrever fatos do desenvolvimento espírita de "Tia Adélia" no campo da benemerência, seria tarefa que preencheria um enorme livro.

Médium de determinação na crença do trabalho doutrinário, deixava sempre para segundo plano a necessidade de repouso físico, aproveitando todo tempo disponível no atendimento dos mais necessitados do caminho.

Por ocasião das festividades comemorativas no "Estrela da Caridade", Tia Adélia, com muito carinho e inteligência, preparava seus discursos e em pé, inflamada, erecta, impressionava os presentes ao transmitir seus inequívocos conhecimentos a respeito da Doutrina. Empolgava tanto as suas palestras, que os menos avisados, desconhecedores das virtudes mediúnicas, não conseguiam reconhecê-la na oradora.

Os freqüentadores do "Centro Espírita Estrela da Caridade", chegavam a venerar a tal ponto o Guia Espiritual do Grupo, Irmão Silviano, que narraremos um acontecimento inusitado para o conhecimento dos leitores:

Em determinada ocasião, brincávamos com um grupo de crianças, quando uma garota nos contou algo muito sério. Exigimos dela que jurasse se aquilo era verdade. E ela, jurou por Deus que tudo quanto dissera representava a expressão da verdade. Não aceitamos o juramento e retrucamos: jurar por Deus não interessa; você jura pelo "Irmão Silviano"? -- Era exigir demais dela, que não teve coragem de ratificar o juramento, pois para jurar em nome do "Irmão Silviano" só se fosse inabalável verdade.

A residência de Tia Adélia era mais freqüentada que o Centro Espírita. Era gente que entrava, era gente que saía, uns tomando passes, outros recebendo conselhos e orientações. Aos domingos verdadeiras filas se formavam, alguém querendo ser grato empunhava uma cesta de laranjas, um feixe de verduras; outro, uma braçada de flores, pacotes de cereais, frangos, ovos, lenha rachada, frutas, etc... Guardávamos tudo. Na segunda- feira, iniciávamos a caminhada inversa dos presentes. Eram necessitados de toda sorte que iam visitá-la, e após o passe reparador, a palavra conselheira e amiga, e um agradozinho representado por ovos, frutas, legumes, flores. Tudo que vinha no domingo saía na segunda-feira, numa vivência "Dai de graça o que de graça receberdes".

Mensagem do dia - 18/04/2011



CONSEGUES IR?
"Vinde a mim..." - Jesus
(MATEUS, 11 :28)
O crente escuta o apelo do Mestre, anotando abençoadas consolações. O doutrinador repete-o para comunicar vibrações de conforto espiritual aos ouvintes.

Todos ouvem as palavras do Cristo, as quais insistem para que a mente inquieta e o coração atormentado lhe procurem o regaço refrigerante...

Contudo, se é fácil ouvir e repetir o "vinde a mim" do Senhor, quão difícil é "ir para Ele!"

Aqui, as palavras do Mestre se derramam por vitalizante bálsamo, entretanto, os laços da conveniência imediatista são demasiado fortes; além, assinala-se o convite divino, entre promessas de renovação para a jornada redentora, todavia, o cárcere do desânimo isola o espírito, através de grades resistentes; acolá, o chamamento do Alto ameniza as penas da alma desiludida, mas é quase impraticável a libertação dos impedimentos constituídos por pessoas e coisas, situações e interesses individuais, aparentemente
inadiáveis.

Jesus, o nosso Salvador, estende-nos os braços amoráveis e compassivos. Com ele, a vida enriquecer-se-á de valores imperecíveis e à sombra dos seus ensinamentos celestes seguiremos, pelo trabalho santificante, na direção da Pátria Universal...

Todos os crentes registram-lhe o apelo consolador, mas raros se revelam suficientemente valorosos na fé para lhe buscarem a companhia. Em suma, é muito doce escutar o "vinde a mim"...

Entretanto, para falar com verdade, já consegues ir?

Do livro FONTE VIVA
FRANCISCO CANDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

Fonte: http://www.febnet.org.br/

Vencerás - Chico Xavier

Você sabe quem foi Antônio Gonçalves da Silva?

ANTÔNIO GONÇALVES DA SILVA "BATUÍRA", nasceu na Freguesia das Águas Santas (Portugal), em 19 de março de 1839. Aos onze anos, imigrou para o Brasil, vivendo três anos no Rio de Janeiro, transferindo-se depois para Campinas (São Paulo), onde trabalhou por alguns anos na lavoura.



Mais tarde, fixou residência na Capital bandeirante, dedicando-se à venda de jornais. Naquela época, São Paulo era uma cidade de 30 mil habitantes. Ele entregava os jornais de casa em casa, conquistando nessa profissão a simpatia e a amizade dos seus fregueses. Muito ativo, correndo daqui para acolá, a gente da rua o apelidava "O BATUÍRA" (nome que o povo dava à narceja, ave pernalta, muito ligeira, de vôo rápido, que freqüenta os charcos, à volta dos lagos).

Convivendo com os acadêmicos de Direito do Largo de São Francisco passou a dedicar-se à arte teatral: montou pequeno teatro à rua Cruz Preta (depois denominada rua Senador Quintino Bocaiúva). Quando aparecia em cena, BATUÍRA era aplaudido e os estudantes lhe dedicavam versos como estes: "Salve grande Batuíra/Com seus dentes de traíra/Com seus olhos de safira/Com tua arte que me inspira/Nas cordas de minha lira/Estes versos de mentira.

Àquela altura da sua vida passou a fabricar charutos, o que fez prosperar as suas finanças. Adquiriu diversos lotes de terrenos no Lavapés, onde construiu sua residência e, ao lado, uma rua particular de casas que alugava aos humildes e que hoje se chama Rua Espírita.

De espírito humanitário e idealista, aderiu, desde logo, à Campanha Abolicionista, trabalhando denodadamente ao lado de Luiz Gama e de Antônio Bento. Em sua casa e abrigava os escravos foragidos e só os deixava sair com a Carta de Alforria.

Despertado pela Doutrina Espírita exemplificou no mais alto grau dos ensinamentos cristãos: praticava a caridade, consolava os aflitos, tratava os doentes com a Homeopatia e difundia os princípios espíritas. Fundou o jornal "Verdade e Luz", em 25 de maio de 1890, que chegou a ter uma tiragem de cinco mil exemplares. Abriu mão dos seus bens em favor dos necessitados.

A sua casa no Lavapés, que era ao mesmo tempo hospital, farmácia, albergue, escola e asilo. Ele a doou para sede da Instituição Beneficente "Verdade e Luz". Recolhia os doentes e os desamparados, infundindo-lhes a fé necessária para poderem suportar suas provas terrenas. A propósito disso dizia-se de Batuíra: "Um bando de aleijados vivia com ele". Quem chegasse à sua casa, fosse lá quem fosse, tinha cama, mesa e cobertor.

De suas primeiras núpcias com dona Brandina Maria de Jesus, teve um filho, Joaquim Gonçalves Batuíra que veio a se casar com dona Flora Augusta Gonçalves Batuíra. Das segundas núpcias teve outro filho que desencarnou aos doze anos. Mas, apesar disso, Batuíra era pai de quase toda gente. Exemplo disso foi o Zeca, que Batuíra recebeu com poucos meses e criou como seu filho adotivo, o qual se tornou continuador da sua obra na instituição beneficente que ele fundara.

Eis alguns traços da personalidade de Batuíra pela pena do festejado escritor Afonso Schmidt: "Em 1873, por ocasião da terrível epidemia de varíola que assolou a capital da Província, ele serviu de médico, de enfermeiro, de pai para os flagelados, deu-lhes não apenas o remédio e os desvelos, mas também o pão, o teto e o agasalho. Daí a popularidade de sua figura. Era baixo, entroncado e usava longas barbas que lhe cobriam o peito amplo. Com o tempo essa barba se fez branca e os amigos diziam que ele era tão bom, que se parecia com o imperador".

Batuíra era tão popular que foi citado em obras como: "História e Tradições da Cidade de São Paulo", de Ernani Silva Bueno; "A Academia de São Paulo - Tradições e Reminiscências - Estudantes, Estudantões e Estudantadas", de Almeida Nogueira; "A Cidade de São Paulo em 1900", de Alfredo Moreira Pinto. Escreveram ainda sobre ele J. B. Chagas, Afonso Schmidt, Paulo Alves Godoy e Zeus Wantuil.

Batuíra criou grupos espíritas em São Paulo, Minas Gerais, e Estado do Rio, proferiu conferências espíritas por toda parte, criou a Livraria e Editora Espírita, onde se fez impressor e tipógrafo.

Referindo-se ao seu desencarne, Afonso Schmidt escreveu: "Batuíra faleceu a 22 de Janeiro de 1909. São Paulo inteiro comove-se com o seu desaparecimento. Que idade tinha? Nem ele mesmo sabia. Mas o seu nome ficou por aí, como um clarão de bondade, de doçura, de delicadeza ao céu, dessas que se vão fazendo cada vez mais raras num mundo velho, sem porteira..."

Mensagem do dia - 15/04/2011



AVANCEMOS
"Irmãos, quanto a mim, não julgo que haja alcançado a perfeição, mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, avanço para as que se encontram diante de mim." - Paulo
(FILIPENSES, 3:13 e 14)
Na estrada cristã, somos defrontados sempre por grande número de irmãos que se aquietaram à sombra da improdutividade, declarandose acidentados por desastres espirituais.

É alguém que chora a perda de um parente querido, chamado à transformação do túmulo.

É o trabalhador que se viu dilacerado pela incompreensão de um amigo.

É o missionário que se imobilizou à face da calúnia.

É alguém que lastima a deserção de um consócio da boa luta.

É o operário do bem que clama indefinidamente contra a fuga da companheira que lhe não percebeu a dedicação afetiva.

É o idealista que espera uma fortuna material para dar início às realizações que lhe competem.
É o cooperador que permanece na expectativa do emprego ricamente remunerado para consagrar-se às boas obras.

É a mulher que se enrola no cipoal da queixa contra os familiares incompreensivos.
É o colaborador que se escandaliza com os defeitos do próximo, congelando as possibilidades de servir.

É alguém que deplora um erro cometido, menosprezando as bênçãos do tempo em remorso destrutivo.
O passado, porém, se guarda as virtudes da experiência, nem sempre é o melhor condutor da vida para o futuro.

É imprescindível exumar o coração de todos os envoltórios entorpecentes que, por vezes, nos amortalham a alma.

A contrição, a saudade, a esperança e o escrúpulo são sagrados, mas não devem representar impedimento ao acesso de nosso espírito à Esfera Superior.
Paulo de Tarso, que conhecera terríveis aspectos do combate humano, na intimidade do próprio coração, e que subiu às culminâncias do apostolado com o Cristo, nos oferece roteiro seguro ao aprimoramento.

"Esqueçamos todas as expressões inferiores do dia de ontem e avancemos para os dias iluminados que nos esperam" - eis a essência de seu aviso fraternal à comunidade de Filipos.
Centralizemos nossas energias em Jesus e caminhemos para diante.
Ninguém progride sem renovar-se.

Do livro FONTE VIVA
FRANCISCO CANDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

Fonte: http://www.febnet.org.br/

O Espiritismo responde...

Você sabe quem foi Bittencourt Sampaio?

Francisco Leite de Bittencourt Sampaio, filho de um negociante português do mesmo nome e de D. Maria de Santa Ana Leite Sampaio, nasceu em Laranjeiras, localidade da então Província de Sergipe, no dia 1o. de Fevereiro de 1834, e desencarnou no Rio de Janeiro a 10 de Outubro de 1895.


Foi jurisconsulto, magistrado, político, alto funcionário público, jornalista, literato, renomado poeta lírico e excelente médium espírita.

Tendo principiado seus estudos de Direito na Faculdade do Recife, continuou-os na Academia de São Paulo (atual Faculdade de Direito), fazendo parte da turma de Bento Luis de Oliveira Lisboa, Manoel Alves de Araújo, Eleutério da Silva Prado e outros nomes notáveis da política e da jurisprudência brasileiras. Interrompeu, em 1856, o seu curso acadêmico para acudir os conterrâneos enfermos, por ocasião da epidemia de cólera. Por esses serviços, a que se entregou desinteressadamente, foi condecorado pelo Governo Imperial com a Ordem da Rosa, que não aceitou por incompatível com suas idéias políticas.

Bastante querido pelos seus colegas, colaborou na revista “O Guaianá” (1856), dos estudantes de Direito, e em outras publicações literárias de São Paulo, como em “A Legenda”, nos “Ensinos Literários” do Ateneu Paulistano, na “Revista Mensal do Ensaio Filosófico Paulistano”, no “Correio Paulistano”, etc...

O ilustre jornalista, político e historiador professor Dr. Almeida Nogueira, que o conheceu de perto, deixou-nos, em rápidas pinceladas, esta descrição de sua figura: “Alto, louro, pálido, olhos azuis, encovados e muito expressivos, cabelos crescidos e atirados para trás, descobrindo-lhe a fronte iluminada pelo talento e pela inspiração. Fisionomia romântica e extremamente simpática.”

No “O Kalidoscópio”, jornal acadêmico de 1860, publicação do Instituto Acadêmico Paulista, um estudante, que se assinava Sandoval, assim retratou Bittencourt Sampaio aos 26 de maio de 1860:

“Contam que Buffon não escrevia uma só das admiráveis páginas da História dos Animais, sem que estivesse de casaca bordada, e chapéu de pasta ao lado; O Sr. Bittencourt Sampaio não rima uma quadra sem que tenha envergado sua casaca azul, de botões amarelos, e um boné a mesma fazenda na cabeça. O Hino Ao Sol foi escrito assim, sob os auspícios dos heróicos botões amarelos da casaca azul.”

“Ele começa uma poesia: - se lhe falta um termo para completar um verso, atira a pena, e vai passear. “Ainda não é tempo”- diz, muito senhor de si. Ele já sabe o que lhe vai pelo espírito e pelo papel, quando a inspiração o subjuga. Ao terminar a Ode à Liberdade, às seis horas da tarde, de 7 de Setembro de 1857, tremia que nem vara verde. Se quiseram ouvi-la, foi preciso que um dos amigos presentes lha arrebatassem das mãos.”

“Era então bem restrito o número de seus íntimos. Destes só me lembra o Sr. Tavares Bastos. Conversava-se sobre arte, discutiam-se as teorias dos contrastes de Victor Hugo, bebia-se champagne, assentavam-se as bases do futuro literário da Pátria, e fumava-se um cigarro de Campinas, no meio de bons ditos e dos propósitos sisudos.”

“Enquanto isto, as casuarinas sussurravam, e abriam aquelas boas noites, que o poeta depois cantou num metro delicado, numa canção de extasiar.”

“E esses tempos não voltarão mais...”

“Às vezes some-se. Ninguém sabe dele. Em casa não está. O que anda fazendo aquele doido? Perguntam os seus íntimos. Ora, o que anda fazendo? Anda sonhando, conversando a Natureza, fazendo devaneios. E tudo isso com tanta habilidade e paixão, como a George Sand fazia seus doces ao forno, nas horas que não trabalhava em Lélia, ou na Indiana.”

“Não visita a muita gente. Vai pouco ao espetáculo. Mas ama a conversação, como ama as mulheres e as flores, e a poesia e a musica. Toca violão, e canta lundus da Bahia: é uma das suas boas horas.”

Declara Spencer Vampré que Bittencourt Sampaio se celebrizou na Academia de Direito não pelos seus versos ingênuos e bucólicos, mas pelo hino – “A Mocidade Acadêmica”, “cujos acentos entusiásticos e arrojadas hipérboles, não parecem condizer com um sereno e risonho contemplador da Natureza.” E continua Vampré: “Escreveu a musica, verdadeiramente inspirada, do Hino Acadêmico, o gênio de Carlos Gomes, que assim legou à mocidade do Brasil uma das suas mais emocionantes criações. Quem quer que tenha percorrido, estudante, os sombrios corredores do velho Convento de São Francisco, ouve, sempre, com redobrada emoção, as estrofes cheias de fé, e a música cheia de arrancos heróicos, do Hino Acadêmico.”

Bacharelando-se em 1859, Bittencourt Sampaio exerceu a promotoria publica em Itabaiana e Laranjeiras, em 1860-1861, trabalhando ainda como inspetor do distrito literário na primeira dessas comarcas. Em março de 1861, retirou-se da Província de Sergipe, vindo para a antiga Corte do Rio de Janeiro, onde abriu banca de advogado, que freqüentou por muitos anos.

Por essa época, o jornalista, critico e ensaísta fluminense José Joaquim Pessanha Povoa conheceu Bittencourt Sampaio na republica de Macedo Soares, situada na Rua do Ouvidor, e onde se reuniam, por vezes, os estudantes de Direito, entre eles Belisário S. de Souza, Melo Matos, G. Pinto Moreira, afinal, “a boêmia literária daquele quarteirão latino”. E eis como Pessanha Povoa se refere ao primoroso artista de “Flores Silvestres”:

“Sempre cheio de alegrias íntimas, simpático, traquinas como um colegial em hora de recreio, de casaca azul de botões amarelos, chapéu branco, luvas e calçado parisienses, ora em passeio pelos arrabaldes, ora nos teatros ou em diversas reuniões de estudantes, era estimado e seu coração justamente recompensado na lealdade com que servia aos seus amigos”.

E, mais adiante, lembrava ainda:

“Era a alegria da casa, o iniciador de divertimentos úteis, de saraus literários e musicais. Não desperdiçava seus talentos no emprego de horas consagradas à crápula dos lupanares, ao assassino regaço das camélias. Nunca amesquinhou a sua individualidade, nem aviltou sua inteligência.”

Na sessão fúnebre celebrada em 1858, em homenagem ao Dr. Gabriel José Rodrigues dos Santos, lente catedrático da Academia de Direito, profunda sensação apoderou-se de todo o auditório quando, ao assomar à tribuna, Bittencourt Sampaio recitou comovente poesia, iniciada pelo tocante quarteto:

Morte! palavra que traduz mistério!
Sombra nas trevas a vagar perdida!
Pálido círio de clarões funéreo!
Negro fantasma que se abraça à vida!

Esta quadra – diz-nos Armindo Guaraná – por muito tempo serviu de epígrafe às noticias fúnebres e aos discursos necrológicos.

Militando na política, filiou-se ao Partido Liberal. Eleito, pela sua Província, deputado à Assembléia Geral Legislativa, nas legislaturas de 1864-1866 e 1867-1870, foi, nesse último período, Presidente do Espírito Santo, nomeado por carta imperial de 29 de setembro de 1867, cargo que exerceu até 26 de abril de 1868, para voltar ao desempenho do mandato legislativo na Corte.

Em 1870, abraçando as idéias republicanas, desligou-se do partido a que pertencia e fez-se ardoroso propagandista da República. Nessa qualidade, assinou, ao lado de Saldanha da Gama, Quintino Bocayuva e outros, o célebre Manifesto de 3 de Dezembro de 1870, que tão larga repercussão teve, tornando-se importantíssimo documento histórico. Como político, colaborou ativamente em “A Reforma”, órgão do Partido Liberal da Corte, e em algumas folhas mais, entre elas “A Republica”, da qual era um dos redatores. Com Aristides Lobo, Alfredo Pinto, Pompílio de Albuquerque e outros, foi um dos fundadores do Partido Republicano Federal, em 12 de Janeiro de 1873.

Jornalista, não só era deputado pelo brilho de seus artigos, mas também, grandemente respeitado pela elevação, sinceridade e firmeza com que sustentava e defendia seus ideais políticos.

Proclamada a Republica, foi comissionado para inventariar todos os papéis existentes na Câmara dos Deputados, cargo que deixou para exercer o de redator dos debates na Assembléia Constituinte, em 1890. Foi o primeiro administrador da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro a gozar do titulo oficial de Diretor, já que até ao fim do Império os titulares a dirigiam como “bibliotecários”. Nomeado a 12 de Dezembro de 1889, empossou-se dois dias depois, tendo exercido o cargo até 15 de Outubro de 1892.

Entre os poetas de sua geração, destacou-se tanto, que Silvio Romero disse a seu respeito:

“Em Bittencourt Sampaio predomina o lirismo local, tradicionalista, campesino, popular. Por este lado é um dos melhores poetas do Brasil; é mais natural e espontâneo do que Dias carneiro, Trajano Galvão e Bruno Seabra, e é mais elevado e artístico do que Juvenal Galeno. Rivaliza com Joaquim Serra e Melo Moraes Filho.”

Elogiando as verdadeiras jóias de “Flores Silvestres”, Silvio Romero salientou:

“Há nelas duas qualidades de composições: as de inspiração local e sertaneja e as de inspiração mais geral. Numas e noutras os dotes principais do poeta são - a melodia do verso, a graciosidade que o faz primar em pequenos quadros, e certa nostalgia pelas cenas, pela vida simples, fácil, descuidada das regiões sertanejas e campesinas.”

No “Compêndio da História da Literatura Brasileira” (1906), de Silvio Romero e João Ribeiro, de novo é enaltecida, nas paginas 221 a 223, a obra poética de Bittencourt Sampaio.

Macedo Soares, por sua vez, num estudo crítico, lhe deu, entre os líricos brasileiros, o primeiro lugar, logo depois de Gonçalves Dias.

Citemos algumas das principais obras, em prosa e verso, que lhe granjearam tão elevada reputação como prosador e poeta em que desde cedo se patenteara o “filósofo idealista”: Harmonias Brasileiras – Poesias de Bittencourt Sampaio, Macedo Soares e Salvador de Mendonça, publicadas em São Paulo, 1859; Flores Silvestres; Lamartinianas (tradução de poesias de Lamartine); Poemas da Escravidão (versos originais e tradução de versos de Longfellow); A Bela Sara (tradução das “Orientais”, de Victor Hugo); A nau da liberdade (poema épico); Hiawatha (versos); Cartas de Além Túmulo (publicadas no “Cruzeiro” e na “Gazeta da Tarde” do Rio de Janeiro); Nossa Senhora da Piedade (legenda publicada no “Monitor Católico”); Dicionário da Língua Indígena; além de inéditos.

Valentim Magalhães disse, a propósito dos “Poemas da Escravidão”, que Bittencourt Sampaio “foi um dos mais admiráveis talentos da nossa literatura no período de transição; dir-se-ia que conhecia os segredos das supremas tristezas humanas e foi o representante dedicado da escola criada por Goeth, Byron...”.

Reveladores de inteligência superior e invulgar, de uma cultura vastíssima e de uma alma que já dos paramos espirituais descera enamorada dos sublimados ideais que inspiram as grandes e imorredouras obras, os trabalhos que vimos de mencionar, muitos deles, senão todos, dignos de figurar nas seletas que os estudantes manuseiam nas escolas.

Entretanto, a relação acima não se acha completa, pois que um, deixamos intencionalmente de incluir ali, para realçá-lo, porque, dentre todos, é o que, ao nosso ver, mais avulta, não somente pelo fulgor inexcedível da forma, como, sobretudo, pela “A Divina Epopéia de João Evangelista originalidade do assunto cuja altitude imprime à obra valor inestimável. Aludimos à sua” (Rio de Janeiro, Tipografia Nacional, 1882), única, cremos, no gênero, em todo o mundo.

Dos que compõem a presente geração de espíritas, poucos hão de ser, provavelmente, os que saibam o que seja essa Divina Epopéia, cumprindo-nos, portanto, dizer-lhe que é o quarto Evangelho, o de João, posto em versos decassílabos, soltos, metro empregado sempre nas composições épicas, por ser sem dúvida o que melhor lhes imprime a grandiosidade que as deve caracterizar e que sobreleva na obra a que aludimos.

E não é tudo: essa composição poética ele a completou, escrevendo para o volume uma segunda parte, em prosa, na qual o que em cada um dos cantos se contém é explicado à luz da Revelação Espírita, precedidas tais explicações de longa “Prefação”, onde exuberantemente explanada se acha a questão da divindade de Jesus.

Salientou Almeida Nogueira que, “quanto ao merecimento literário da obra, foi objeto de justa admiração da crítica a felicidade com que o poeta reproduziu em belos versos o texto quase literal da epopéia do discípulo amado.”

Armindo Guaraná, no seu “Dicionário Bio-Bibliográfico Sergipano”, escreveu que A Divina Epopéia “é talvez a melhor obra deste autor”.

Colaborou em vários jornais e revistas de São Paulo e do Rio, havendo nessas cidades ruas como o nome de Bittencourt Sampaio. Do Rio, podemos citar, afora as publicações já relacionadas aqui, a “Revista Popular”, a “Revista Brasileira”, “O Cruzeiro”, a “Gazeta da Tarde”, etc.

Por ocasião da visita de Bittencourt Sampaio a Ouro Preto (Minas Gerais), em 1875, o grande poeta e romancista Bernardo Guimarães (1825-1884) dedicou-lhe “Estrofes”, poesia datada de Novembro de 1875, e que assim se inicia (Poesias Completas de Bernardo Guimarães), organização, introdução, cronologia e notas por Alphonsus de Guimaraens Filho, INL, Rio, 1959,pp.328 a 340:

“Eu te saúdo, ó cisne de outras margens,
que o vôo teu abates.
Por um momento nestas fundas vargens
Ninho de ilustres vates,
cujo canto até hoje inda inspira
na viração, que pelos montes gira”.

Não se sabe quando ele entrou para o Espiritismo, mas em 2 de Agosto de 1873 já fazia parte da Diretoria do “Grupo Confúcio”, primeira sociedade espírita surgida em terras cariocas. Lá desenvolveu sua mediunidade receitista, curando muitos doentes com remédios homeopatas. Assinala Almeida Nogueira que Bittencourt Sampaio foi atraído pelo Espiritismo pelos fenômenos, assunto este que ele estudou profundamente, mas foi a parte moral que mais impressionou o poeta-filósofo.

Funda, em 1876, a “Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade”, presidindo-lhe os trabalhos, nos quais era parte importante o estudo dos Evangelhos à luz do Espiritismo.

Fundado, em 1880, o “Grupo Espírita Fraternidade”, a ele Bittencourt Sampaio também empresta sua valiosa colaboração.

O respeitável vulto do Espiritismo Cristão no Brasil, Dr. Antônio Luís Saião, que se convertera graças à mediunidade curadora de Bittencourt Sampaio, reúne então os médiuns da referida sociedade no “Grupo Ismael”, por ele criado e até hoje existente, e ali Bittencourt Sampaio se constituiu num dos intermediários de belas e instrutivas mensagens de Espíritos Superiores.

Quando do falecimento de José Bonifácio, o Moço, em 26-10-1886, choraram a sua morte os mais belos talentos da época: Machado de Assis, Valentim Magalhães e Bittencourt Sampaio, entre os poetas, Rui Barbosa, entre os prosadores. Bittencourt escreveu esses versos de espírita:

Sim! Ele entrou, de bênçãos radiante,
Pelo portão de luz da eternidade,
Qual águia, que, dos céus na imensidade,
Livre revoa, tão de nós distante!

Declara o “Reformador” de 15 de Outubro de 1895, que Bittencourt “se preparava para escrever a Divina Tragédia do Gólgota, quando, fruto maduro, foi colhido pela mão do celeste jardineiro”.

Depois de sua desencarnação, o Espírito de Bittencourt Sampaio escreveu, pelo médium Frederico Junior, as seguintes obras: “Jesus Perante a Cristandade”, “De Jesus para as Crianças”, e “Do Calvário ao Apocalipse”.

Tais, em ligeiro e imperfeito escorço, a personalidade humana e a individualidade espiritual daquele que se chamou, entre nós, Francisco Leite de Bittencourt Sampaio e que, desde quando volveu à vida de Espírito livre, se constituiu, entre os eleitos do Senhor, guia indefeso, protetor caridoso e clarividente orientador da Federação Espírita Brasileira, que nunca deixou de lhe sentir o braço potente a ampará-la, nos momentos difíceis ou graves, que bastas vezes tem ela atravessado, no transcurso da sua existência de quase um século.

Mensagem do dia - 13/04/2011



NOS DONS DO CRISTO
"Mas a graça foi dada a cada um de nós, segundo a medida do dom do Cristo." - Paulo
(EFÉSIOS, 4:7)
A alma humana, nestes vinte séculos de Cristianismo, é uma consciência esclarecida pela razão, em plena batalha pela conquista dos valores iluminativos.

O campo de luta permanece situado em nossa vida íntima.
Animalidade versus espiritual idade.
Milênios de sombras cristalizadas contra a luz nascente.
E o homem, pouco a pouco, entre as alternativas de vida e morte,
renascimento no corpo e retorno à atividade espiritual, vai plasmando em si mesmo as qualidades sublimes, indispensáveis à ascensão, e que, no fundo, constituem as virtudes do Cristo, progressivas em cada um de nós.

Daí a razão de a graça divina ocupar a existência humana ou crescer dentro dela, à medida que os dons de Jesus, incipientes, reduzidos, regulares ou enormes nela se possam expressar.

Onde estiveres, seja o que fores, procura aclimatar as qualidades cristãs em ti mesmo, com a vigilante atenção dispensada à cultura das plantas preciosas, ao pé do lar.

Quanto à Terra, todos somos suscetíveis de produzir para o bem ou para o mal.

Ofereçamos ao Divino Cultivador o vaso do coração, recordando que se o "solo consciente" do
nosso espírito aceitar as sementes do Celeste Pomicultor, cada migalha de nossa boa-vontade será convertida em canal milagroso para a exteriorização do bem, com a multiplicação permanente das graças do Senhor, ao redor de nós.

Observa a tua "boa parte" e lembra que podes dilatá-la ao Infinito.
Não intentes destruir milênios de treva de um momento para outro.
Vale-te do esforço de auto-aperfeiçoamento cada dia.
Persiste em aprender com o Mestre do Amor e da Renúncia.
Não nos esqueçamos de que a Graça Divina ocupará o nosso espaço individual, na medida de nosso crescimento real nos dons do Cristo.

Do livro FONTE VIVA
FRANCISCO CANDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

Fonte: http://www.febnet.org.br/

A lição Inesquecivel- Chico Xavier

Você sabe quem foi Dr. Carlos Gomes de Souza Shalders?

Nascido no dia 3 de outubro de 1863, e desencarnado em S. Paulo, no dia 10 de dezembro de 1963, com 100 anos de idade.


O professor Shalders fez seus estudos preliminares na Inglaterra, estudando mais tarde na Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Formado, veio para S. Paulo, ingressando na Companhia Mojiana de Estradas de Ferro, da qual foi um dos pioneiros, dirigindo a construção do ramal de Moji- Mirim a Sapucaia.

Contribuiu para a fundação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, da qual foi catedrático de Complementos de Matemática e Álgebra Superior, lecionando nessa cadeira desde a fundação da Escola, a l5 de fevereiro de 1894, até a sua aposentadoria, em 1934. Foi também diretor dessa mesma Escola, nos anos de 1931- 32, num período bastante difícil.

Pelos seus eminentes serviços, o prof. Shalders foi distinguido com o título de doutor "Honoris Causa" e de "Professor Emérito", no dia 13 de maio de 1949, pela Universidade de S. Paulo.

Durante muitos anos foi vice- presidente e membro do Conselho Deliberativo da Federação Espírita do Estado de S. Paulo, dirigindo concomitantemente o seu departamento de pesquisas psíquicas. Foi o primeiro presidente da Associação Cristã de Moços, de S. Paulo.

Foi um dos mais autênticos espíritas dos nossos dias. Em matéria de fé racional e tranqüilidade de espírito, assemelhava- se a Caírbar Schutel e Militão Pacheco. Encarava o Espiritismo como doutrina para ser vivida e não apenas difundida. Foi um verdadeiro exemplificador dos deveres de cristão, encarando- os com absoluta seriedade. No tocante ao cumprimento das obrigações do homem, afirmava sempre: "Não há deveres pequenos, todos são iguais". Apesar de plenamente convicto, não se apaixonava pelos fenômenos e nem pelos Espíritos a ponto de lhes devotar fé cega; colocava- os na ordem das coisas naturais e sérias.

Grande conhecedor dos assuntos bíblicos, porém desde a sua militância no Protestantismo divergia de muitos deles. Procurando estudar esses problemas à luz do Espiritismo, nele encontrou soluções para velhas indagações.

Até aos 95 anos de idade, era sistemática a presença do prof. Shalders, aos domingos, na Federação Espírita do Estado de S. Paulo, onde ia ouvir as palestras evangélicas, tendo ele próprio proferido diversas. Como era de uma pontualidade impecável, preocupava- se muito com as pessoas que entravam após o início da conferência. Algumas vezes, no instante de ser iniciada a palestra, subia à tribuna e fazia observações severas ao público com referência à observância do horário. Dedicava a máxima atenção às palestras e, quando o tema era controvertido, não muito do seu agrado, por encontrar nelas divergências doutrinárias, no dia seguinte estava ele na casa do conferencista com uma série de argumentos, mostrando incoerências e protestando evangelicamente contra aquilo que não aceitava. Por mais respeitável que fosse o expositor, por mais autoridade que desfrutasse na matéria, não escapava ao interrogatório, às deduções e ao crivo da razão, sempre clara, apresentadas de maneira evangélica e da mais apurada ética de educação.

Já ultrapassava a casa dos 90 anos de idade, quando ainda trabalhava na São Paulo Light. Nessa época publicou um livro intitulado "Uma Análise Crítica da Bíoblia", no qual expôs com uma lucidez extraordinária, as suas idéias e o seu raciocínio tratando de um assunto tão árido. Com 96 anos de idade, para não ficar sem fazer nada, realizando o seu desejo de fazer o bem, empreendia, uma vez por semana, uma peregrinação juntamente com um grupo de confrades, visitando doentes, ministrando- lhes passes e proferindo palavras de conforto espiritual.

Era profundo respeitador de Jesus Cristo e não permitia que sua personalidade fosse mal entendida ou que alguém achasse nele motivos de piedade. Certa vez a Federação Espírita do Estado de S. Paulo recebeu, de presente, um enorme e artístico quadro do Mestre, com as chagas abertas nas mãos e nos pés. O quadro foi colocado no salão de conferências daquela instituição. Porém, dentro de poucos dias foi dali retirado devido aos insistentes protestos do Prof. Shalders, nessa época vice- presidente da Casa. O fato causou estranheza a muitos freqüentadores, os quais não concordaram com a retirada do quadro. Mas prevaleceu o bom- senso.

O transcurso do seu centenário de existência (estando ele ainda entre nós), foi comemorado pela Escola Politécnica de S. Paulo, pela Associação dos Antigos Alunos da Escola Politécnica e pelo Instituto de Engenharia de S. Paulo, tendo havido uma sessão solene da congregação, com a instalação do retrato do prof. Shalders, procedendo também a uma cerimônia de inauguração do medalhão de bronze, com placa alusiva à data, no Departamento de Matemática da Escola Politécnica, na cidade Universitária, em S. Paulo, placa essa ofertada pelos ex- alunos da primeira escola superior criada pelo governo do Estado de S. Paulo, logo após a proclamação da Republica.

A passagem do prof. Shalders, pela Terra, foi um centenário de exemplos vivos num preparo eficiente para o reencontro com os amigos do Plano Maior. A demonstração da sua humildade e submissão aos desígnios de Deus, eram fatores predominantes em sua inconfundível personalidade.

No Departamento de Metapsíquica da Federação Espírita do Estado de S. Paulo, exerceu atividades incomparáveis, interessando- se profundamente pelos fenômenos, sem contudo ficar a eles escravizado, porque sabia dar- lhes o valor e o apreço que mereciam, compreendendo que o aspecto mais importante da Doutrina Espírita é o de evangelizar o homem, conduzindo- o no roteiro da reforma interior.

Mensagem do dia - 12/04/2011



PELAS OBRAS
"E que os tenhais em grande estima e amor por causa da sua obra." - Paulo
(I TESSALONICENSES, 5:13)
Esta passagem de Paulo, na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, é singularmente expressiva para a nossa luta cotidiana.

Todos experimentamos a tendência de consagrar a maior estima apenas àqueles que leiam a vida pela cartilha dos nossos pontos de vista. Nosso devotamento é sempre caloroso para quantos nos esposem os modos de ver, os hábitos enraizados e os princípios sociais; todavia, nem sempre nossas interpretações são as melhores, nossos costumes os mais nobres e nossas diretrizes as mais elogiáveis.

Daí procede o impositivo de desintegração da concha do nosso egoísmo para dedicarmos nossa amizade e respeito aos companheiros, não pela servidão afetiva com que se liguem ao nosso roteiro pessoal, mas pela fidelidade com que se norteiam em favor do bem comum.

Se amamos alguém tão-só pela beleza física, é provável encontremos amanhã o objeto de nossa afeição a caminho do monturo.

Se estimamos em algum amigo apenas a oratória brilhante, é possível esteja ele em aflitiva mudez, dentro em breve.

Se nos consagramos a determinada criatura só porque nos obedeça cegamente, é provável estejamos provocando a queda de outros nos mesmos erros em que temos incidido tantas vezes.

É imprescindível aperfeiçoar nosso modo de ver e de sentir, a fim de avançarmos no rumo da vida Superior.

Busquemos as criaturas, acima de tudo, pelas obras com que beneficiam o tempo e o espaço em que nos movimentamos, porque, um dia, compreenderemos que o melhor raramente é aquele que concorda conosco, mas é sempre aquele que concorda com o Senhor, colaborando com ele, na melhoria da vida, dentro e fora de nós.

Do livro FONTE VIVA
FRANCISCO CANDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

Fonte: http://www.febnet.org.br/

"As Mães de Chico Xavier" - Trailer do filme

Você sabe quem foi Dr. Augusto Militão Pacheco?

Nascido no dia 13 de junho de 1866 e desencarnado em São Paulo, a 7 de julho de 1954.


Muito deve o Espiritismo ao Dr. Augusto Militão Pacheco, pelo testemunho que deu da Doutrina dos Espíritos. Animado de uma fé imorredoura na vida espiritual conseguiu prelibar, através da existência transitória do corpo, a vida imortal do Espírito imperecível.

Formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, no ano de 1904, Militão Pacheco foi nesse mesmo ano convidado a ir ao Estado do Maranhão a fim de ajudar a debelar um surto de peste bubônica que grassava naquela região do norte do Brasil. Apesar de não contar com qualquer espécie de hospital de isolamento nem com condições adequadas para o combate àquela enfermidade contagiosa, dirigiu- se para lá em companhia do diretor do Hospital de Isolamento de S. Paulo, dois médicos mineiros e mais um outro, conseguindo marcante sucesso na tarefa. Nessa altura foi convidado para ser diretor do Serviço Sanitário do Estado do Maranhão pelo período de dois anos. Para lá transferiu- se com sua esposa e três filhos, porém, renunciou após oito meses de atividades intensas, por não ver atendidas as suas reivindicações, imprescindíveis para o bom andamento dos serviços.

Nos primeiros anos do presente século (não nos foi possível comprovar se em 1901 ou 1902), comparecendo a uma sessão espírita, ali lembrou- se de sua filhinha desencarnada com apenas 52 dias de vida e formulou ardente solicitação mental para que ela viesse beijá-lo. Sem que tivesse qualquer conhecimento do desejo que alimentava, os médiuns videntes que ali estavam presentes, decorridos alguns minutos descreveram que o Espírito da menina havia se dirigido ao pai e ali estava cobrindo- o de beijos. Esse testemunho foi o suficiente para que Militão Pacheco se convertesse ao Espiritismo.

Um outro fato veio mudar o rumo de sua vida, Sua esposa sofria, há alguns anos, de pertinaz enfermidade e, para curá-la havia ele esgotado todos os recursos que a medicina alopática lhe havia proporcionado. Visitando a família do Juiz de Direito, de Campinas, ela teve ali uma das suas crises. A esposa do juiz pediu permissão para recomendar- lhe um remédio homeopático. O remédio foi comprado e o tratamento iniciado. Após essa ocorrência ela teve apenas duas ameaças de crise e o mal desapareceu por completo. O Dr. Pacheco, que vinha exercendo a medicina alopática há cinco anos, procurou o único médico homeopata existente em Campinas, iniciando assim um estudo profundo sobre a homeopatia, para o que conseguiu alguns livros a título de empréstimo. Dali por diante deixou por completo de praticar a medicina alopática.

No dia 23 de julho de 1896, através de decreto assinado pelo então presidente do Estado de S. Paulo, Jorge Tibiriçá e por Gustavo de Oliveira Godoy, Militão Pacheco foi nomeado, em comissão, para exercer o cargo de inspetor sanitário do Estado, cargo no qual foi efetivado a 26 de setembro do mesmo ano, exercendo- o até 1920, quando se aposentou.

Durante mais de meio século, o Dr. Pacheco exerceu na capital paulista o apostolado da Medicina. E dlizemos apostolado porque foi notável médico no sentido cordial, humanitário, prestativo, dedicando- se inteiramente à tarefa de auxiliar o seu próximo, conseguindo desta forma realizar gigantesco trabalho de assistência individual e coletiva como poucos conseguiram realizar na Terra. O prestigioso jornal "Diário de S. Paulo", em sua edição de 27 de junho de 1944, publicou extensa reportagem sobre as festividades comemorativas do cinqüentenário de formatura e de exercício de profissão do Dr. Augusto Militão Pacheco. Através de numerosos discursos proferidos na oportunidade, pudemos conhecer verdadeiros rasgos de generosidade e de amor, partidos da figura inconfundível daquele que tinha em alta conta a dignidade humana e o sacerdócio da Medicina.

Foi sempre de incomparável bondade no tratamento de todos os seus incontáveis clientes, retornando ao mundo espiritual abençoado por milhares de corações, legando aos homens uma vida que se constituiu em verdadeiro modelo de virtude, um exemplo incomparável de beleza moral, emanada de um caráter reto e de uma decisão inquebrantável. Muitas pessoas que não podiam pagar consultas, eram atendidas com igual dedicação e não raras voltavam com o auxílio financeiro para a aquisição dos remédios prescritos por aquelas mãos abençoadas. No terreno filosófico, conquanto fosse grande admirador de geniais pensadores de várias escolas, pois era um cidadão independente e portador de invejável cultura intelectual e científica, nunca negou a sua incondicional dedicação à Doutrina Espírita, tornando- se um dos espíritas mais respeitáveis e dignos em nosso Estado e mesmo no Brasil. Médico essencialmente homeopata, honrou e dignificou a medicina hahnemaniana, tendo consagrado ao Espiritismo o melhor de sua nobilitante e proveitosa existência. Era na realidade autêntica fonte inexgotável destinada a suavizar as dores do corpo e minorar os sofrimentos da alma.

Em julho de 1936, quando se cogitou da fundação da Federação Espírita do Estado de S. Paulo, foi um dos elementos que mais propugnaram para essa realização. A reunião convocada para apreciar a redação final dos estatutos sociais e proceder à eleição da primeira diretoria, foi por ele presidida, passando a figurar como um dos seus sócios fundadores e sido eleito vice- presidente da primeira diretoria constituída. Durante muitos anos foi presidente da Associação Espírita São Pedro e São Paulo, uma das mais prestigiosas instituições espíritas de seu tempo, a qual posteriormente veio a se integrar na Federação.

Via http://www.espirito.org.br/

Mensagem do dia - 11/04/2011



INDAGAÇÃO OPORTUNA
""Disse-lhes: - Recebestes vós o Espírito Santo quando crestes?"
(ATOS: 19:2)
A pergunta apostólica vibra ainda em todas as direções, com a maior oportunidade, nos círculos do Cristianismo.

Em toda parte, há pessoas que começam a crer e que já crêem, nas mais variadas situações.

Aqui, alguém aceita aparentemente o Evangelho para ser agradável às relações sociais.

Ali, um indagador procura o campo da fé, tentando acertar problemas intelectuais que considera importantes.

Além, um enfermo recebe o socorro da caridade e se declara seguidor da Boa Nova, guiando-se pelas impressões de alívio físico.

Amanhã, todavia, ressurgem tão insatisfeitos e tão desesperados quanto antes.

Nos arraiais do Espiritismo, tais fenômenos são freqüentes.

Encontramos grande número de companheiros que se afirmam pessoas de fé, por haverem identificado a sobrevivência de algum parente desencarnado, porque se livraram de alguma dor de cabeça ou porque obtiveram solução para certos problemas da luta material;
contudo, amanhã prosseguem duvidando de amigos espirituais e de médiuns respeitáveis, acolhem novas enfermidades ou se perdem através de novos labirintos do aprendizado humano.

A interrogação de Paulo continua cheia de atualidade.

Que espécie de espírito recebemos no ato de crer na orientação de Jesus?
O da fascinação?
O da indolência?
O da pesquisa inútil?
O da reprovação sistemática às experiências dos outros?
Se não abrigamos o espírito de santificação que nos melhore e nos renove para o Cristo, a nossa fé representa frágil candeia, suscetível de apagar-se ao primeiro golpe de vento.

Do livro FONTE VIVA
FRANCISCO CANDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

Fonte: http://www.febnet.org.br/

Frases de Chico Xavier

Você sabe quem foi Clélia Soares da Rocha?

Mais conhecida por Clélia Rocha, nasceu na cidade de Barra Mansa, Estado do Rio de Janeiro, no dia 18 de outubro de 1886 e desencarnou, com 50 anos de idade, no dia 16 de fevereiro de 1936.


Foi educada como interna do Colégio Bom Conselho, na cidade de Taubaté, completando sua educação na cidade de Piracicaba, onde recebeu o diploma de professora primária. Lecionou durante vários anos no Colégio das Freiras, da cidade de São Carlos. De família tradicionalmente católica, Clélia Rocha logo demonstrou repugnância pelos dogmas da religião de seus pais, o que aconteceu logo em sua primeira infância, originando- lhe sérios castigos no Colégio interno, onde passou a ser considerada criança rebelde.

Em Piracicaba ainda quando estudante, conheceu um jovem médico, com quem acertou casamento. Entretanto, o rapaz desencarnou repentinamente, frustrando todo o seu sonho de menina moça, que nunca mais pensou no casamento, dedicando toda sua vida ao magistério e ao amparo da criança órfã e desvalida. Um dia deliberou abrir um estabelecimento de ensino na cidade de Dourados, para a alfabetização de adultos que não tivessem condições de freqüentar aulas no período diurno, mantendo- o por algum tempo e fornecendo gratuitamente o material de ensino para todos aqueles que não o pudessem adquirir.

Nessa época a grande missionária Anália Franco fez uma visita à cidade e, vendo o sacrifício inenarrável pelo qual passava a jovem professora, convidou- a a fazer parte da sua equipe de trabalho, prontificando- se a ajudá- la no que lhe fosse possível. Dessa época em diante, tornaram- se grandes amigas e mútuas colaboradoras. Fundaram uma Creche para as mães pobres daquela redondeza e um abrigo para órfãos.

Anália Franco depositava irrestrita confiança no trabalho de Clélia Rocha. Numa das suas cartas chegou mesmo a afirmar: "Você é a diretora que mais assimilou os nossos ideais e muito tem produzido. Se todas as demais cooperadoras fizessem como você, muito realizaríamos".

Em fins de 1918, Anália Franco fundou um Asilo na cidade de Uberaba, em Minas Gerais, e convidou Clélia Rocha para ser sua diretora. Logo após, no dia 13 de janeiro de 1919, Anália desencarnou em S. Paulo, não podendo concretizar a obra. Clélia, fiel à sua memória, respeitando a sua última vontade, deliberou transferir- se para Uberaba, com todas as suas pupilas, fundando mais tarde naquela cidade um Colégio com 18 pensionistas, para manter as suas 72 alunas internas. Diante de sua obra assistencial pleiteou por várias vezes subvenções municipais, estaduais e federais, nunca conseguindo ressonância para as suas petições, pois, pelo fato de ser espírita, intensa perseguição lhe foi movida pelos sacerdotes locais. Como Anália Franco, organizou um Conjunto Litero-Artístico e Musical, com as próprias pupilas e demandou as cidades do interior dos Estados de São Paulo e Minas Gerais, conseguindo meios de subsistência para manter o seu estabelecimento, tendo para tanto alcançado algum êxito. Fiel à memória de Anália Franco, tudo fez para que os ideais por ela esposados fossem mantidos em toda a sua plenitude, conduzindo- se sempre com verdadeiro espírito de abnegação e sacrifício, atestando sempre a sua grandeza espiritual.

Fundou com suas pupilas maiores de 16 anos a Liga Feminina Operárias do Bem, objetivando a formação de novas equipes de cooperadoras que pudessem mais tarde dar continuidade ao seu grandioso trabalho assistencial. Em 1924 transferiu- se para a cidade de São Manoel, no Estado de S. Paulo, onde conheceu Amando Simões, rico fazendeiro da região, espírito bem formado e coração generoso que, conhecendo as suas grandes dificuldades e estóica coragem, resolveu ajudá- la, fazendo a doação de um prédio e parte de seu terreno para que ali Clélia pudesse instalar o seu estabelecimento educacional. Graças ao prestígio desse abnegado confrade, contou logo com o concurso de parte da população e a simpatia da Câmara Municipal, podendo desta forma ampliar a sua obra beneficente. Acolheu no "Lar de Anália Franco" dezenas de crianças órfãs e ali realizou numerosos casamentos de suas ex- educandas, entregando- as ao mister de donas de casas, reintegradas na sociedade, para servirem como esposas e como mães.

Em 1930, na época do Natal, fundou a "Creche Berço de Ouro", destinada a receber as criancinhas, mantendo- a com todo o carinho de sua alma.

Era espírita fervorosa e muito se interessava pelos assuntos doutrinários. Como Anália foi literata, jornalista, poetisa, escritora, teatróloga, musicista e professora de línguas. Escreveu várias peças para teatro; dramas, comédias e enquetes de sua autoria foram encenadas com muito êxito no Grupo Teatral. Apresentou ainda muitas poesias e composições musicais. Exímia professora de trabalhos manuais, ministrava aulas de flores artificiais, pinturas, bordados, arte culinária e música, preparando suas filhas adotivas para tornar- se prendadas donas de casa do futuro.

Na intimidade era chamada "Mãe Lili", por todas as suas filhas adotivas. Deu o seu próprio nome a muitas delas, quando enjeitadas na "Creche Berço de Ouro" e não apareciam os parentes. Tendo que regularizar os seus registros civis, não hesitava jamais, registrava- as com o seu próprio nome.

Fundou o jornal literário "Lírio Branco" e o "Mensageiro do Órfão" hoje "Mensageiro do Lar", órgão de divulgação do Espiritismo, que continua a ser editado nas oficinas gráficas do Lar Anália Franco, na cidade de S. Manoel.

Clélia Rocha foi, portanto, uma missionária na verdadeira acepção da palavra, pertencendo à plêiade de valorosas mulheres espíritas do mesmo nível de Anália Franco, Olímpia Belém, Aura Celeste, Eurídice Panar, Abigair Lima e tantas outras.